Mario Akiyoshi Terapeuta

Acredito que você também já tenha ouvido que é melhor andar pela sombra.

Hoje, aqui em São Carlos SP a temperatura média à tarde estava em torno de 30⁰C. Adoro caminhar e saí perto das 14h. Entre ida e volta foram 7km. Devido ao calor, melhor de fato andar pela sombra.

Pensando em terapia, andar pela sombra também é importante. Não sei a autoria da frase, mas o Dr. Fernando de Freitas sempre ensina principalmente nas aulas de supervisão: “O terapeuta só leva o cliente até onde ele, o terapeuta, já chegou”. Isso tem a ver com caminhar pela sombra pessoal e quer dizer que todo terapeuta precisa fazer terapia. Além disso, caminhar pela sobra junto com o cliente só é proveitoso se o próprio terapeuta já caminhou por estes lugares e sabe uma saída.

Isso não quer dizer que a saída do terapeuta seja a saída para o cliente nem tão pouco que se deva ficar passeando pela sombra. Sobra, diga-se tudo o que não está consciente (tanto coisas “boas” como “ruins”). E as aspas se devem ao fato de acontecimentos serem fatos desprovidos de significado. São apenas fatos aos quais nós ou outras pessoas atribuem um significado. Também significa que nada está escrito em pedra e nós temos a liberdade de resignificar, ou seja, dar um outro significado. Talvez este seja um dos grandes benefícios da terapia. Ressignificar.

Conto sempre uma história que ouvi outrora: “Imagine que você é criança, vê uma folha balançando no escuro e acredita que é um fantasma. Isso cria a sensação de medo e talvez esse medo acompanhe você ao longo de toda a vida e em diversas situações. A isso podemos chamar de trauma. Em um processo de terapia, o terapeuta o convida (hoje, você já adulto) a revisitar a situação. E, novamente, o terapeuta não leva você de volta ao trauma. Você ainda está lá porque não conseguiu dar um significado melhor. Com a ajuda do terapeuta e de você adulto, é uma oportunidade de olhar para aquela situação que o aterrorizou (uma folha balançando no escuro) e falar para sua criança: “Estou com você. Não tenha medo, é só uma folha”. Claro que não existe mágica, mas muitas vezes isso gera um ‘Eureca!’. Puxa vida, era só uma folha, não precisava ter medo…” Pergunto: “Quantas outras coisas não eram apenas folhas balançando?”.

Até amanhã.

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